Essa frase resume a heroica trajetória de um amante do automobilismo, dentro do seu Alfa Romeo 159 ( o Alfeta ) após a conquista do seu primeiro título mundial na Fórmula 1 , um apertado bólido, com menos de 03 metros de comprimento e 1,25 m de largura, cilíndrico como um charuto, leve como uma pluma ( 710 kg ) com uma potência superior a 400 cavalos, 08 cilindros em linha, consumindo 01 litro de gasolina a cada 580 metros e alcançando 305 km/h, sem freios a disco, ABS, nem cinto de segurança. A Alfeta, como era chamado, tinha grande tendência a derrapagem, devido a alta potência do motor, transmitida aos pneus com pouca aderência, o que Fangio estava muito bem acostumado a compensar com a posição correta dos braços durante a pilotagem. E era costume dele dizer ..." só quem aprende a não baixar os braços, estará pronto para levantar uma taça.."
Quarto filho de um casal de imigrantes italianos, Loreto Fausto e Hermínia Déramo, Fangio nasceu no município de Balcare na argentina em 23 de junho de 1911. Por necessidade de ajudar aos pais, dividia seu tempo entre a escola e o ofício de pedreiro, mas já aos nove anos de idade se aproximou do seu futuro destino, quando seu pai lhe levou para trabalhar em uma oficina de ferragens, que consertava carruagens. Posteriormente abandonou os estudos, e em 1923 foi trabalhar na concessionária Rugby de Carlini, que lhe ensinou a dirigir e passou a ajudante de mecânico com 13 anos de idade. Em 1924, passou a trabalhar na oficina do piloto Miguel Viggiano, onde aprendeu os segredos de um motor.
No ano de 1927 Fangio, negociando salários atrasados, comprou seu primeiro carro, um Overland, e o converteu em um carro de competições e o apelidaram de " O Chuuco ". Aos 16 anos, foi acometido de uma enfermidade pleural, o que o afastou por um ano das pistas. Durante o ano de 1931, cumpriu o serviço militar no VI Regimento de Cavalaria no Campo de Maio, e após esse período montou sua própria oficina, junto com o amigo José de Uffart.
O que ninguém imaginava era que esse jovem amante de mecânica e automóveis, se converteria em um reconhecido piloto da Fòrmula 1, que chegou a conquistar 5 títulos mundiais.
Por isso, não é a toa que os argentinos fizeram de Juan Manuel Fangio um ídolo, e nessa AUTOCLÁSSICA 2018 em Buenos Aires, tivemos a grande oportunidade de ver de perto objetos, taças e veículos que pertenceram a Fangio, além de conversar com os apaixonados integrantes dos clubes que cultuam sua memória e os seus feitos.