VOCÊ LEMBRA DO CARRO DE PAPELÃO ?

 DO YOU REMEMBER THE CARDBOARD CAR ?

Depois da queda do famigerado Muro de Berlim (1961 a 1989) no dia 09 de novembro de 1989, o mundo tomou conhecimento, mais abertamente,  das mazelas que se passavam do outro lado da "Cortina de Ferro ", imposta pela União Soviética, aos países satélites seus  subordinados, logo após o final da Segunda Guerra Mundial.

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    Até o final de 1989,  a Alemanha era composta por  dois lados completamente distintos, uma clara divisão não apenas física, mas socioeconômica e política,  com a Alemanha Ocidental próspera e livre e a Alemanha Oriental completamente defasada, oprimida e alheia ao desenvolvimento no mundo ocidental.

A SAGA DO "TRABANT", O CARRO DE PAPELÃO NO PAÍS QUE NÃO DEU CERTO.    

Entre as mazelas que o povo alemão do lado comunista foi submetido, uma delas, foi o carro TRABANT  (companheiro de viagem em alemão) . Esse veiculo foi produzido pela Veb Sachsenring, a partir de 1957,  na antiga Alemanha Oriental e ficou conhecido como o carro mais poluente do mundo. Sua carroceria era feita de uma mistura de plástico, fibra de madeira, restos de tecido e algodão, resultando uma semelhante fibra de vidro, o que  tornou-se em um grande problema para o meio ambiente pois,  com a queda do " Muro ", e os alemães orientais fugindo em massa para o lado ocidental,  milhares desses veículos (não degradáveis) foram literalmente abandonados nas ruas.

   

  

O motor equipado com dois cilindros (26 cv)  de dois tempos, tinha  refrigeração a ar, tração dianteira, atingindo uma velocidade máxima de 100 km/h, com o seu interior extremamente  espartano.  Não possuía bomba de combustível, o tanque com capacidade para 26 litros, ficava localizado em cima do motor e alimentava o carburador por gravidade.

O ruído do motor, se assemelha mais ao barulho de um liquidificador. A fumaça que é expelida, nos lembra os nossos antigos DKW WEMAG. Um TRABANT, era capaz de emitir mais Monóxido de Carbono do que 100 carros ocidentais juntos. Uma agressão ambiental.

 Para uma pequena faixa da população que podia ter acesso a comprar um " Trabi ", como era popularmente conhecido, as pessoas se submetiam a uma fila de espera que chegava a 15 anos .

A pintura em duas cores, era usada na versão "Perua".

UM POUCO DE HISTÓRIA.

Os "Trabis", logicamente, foram amplamente utilizados pela polícia tradicional e pela polícia secreta da Alemanha Comunista, (DDR) , a não menos famosa STASI, o mais perfeito sistema de vigilância de todos os tempos. A STASI, dispunha de um aparato com mais de 97 mil funcionários e mais de 173 mil informantes. Em termos comparativos, no Terceiro Reich de Hitler, estimava-se que havia um agente da Gestapo para cada 2 mil cidadãos; na também  extinta União Soviética de Stalin, era um agente da KGB para cada 5.830 pessoas enquanto na Alemanha Oriental havia um agente da Stasi para cada 63 pessoas, ou seja, todo mundo bisbilhotava todo mundo e todo mundo denunciava todo mundo, com chefes treinados em Moscou, na escola Internacional Lenin, para líderes comunistas.

Grande parte da produção do TRABANT, era destinada para a função repressiva.

Para quem tem a curiosidade de conhecer uma dessas relíquias automotivas, existe em Berlim, a TRABI SAFARI, uma empresa especializada em locação de Trabis , onde o turista faz um passeio pelas redondezas do Portão de Brandemburgo, com um custo de aproximadamente 50 Euros.

Unidades modernamente  restauradas e pintadas para os passeios com os turistas.

Encontramos pinturas nos mais diversos estilos.

   Também nas proximidades do Portão de Brandemburgo, figurantes se uniformizam como policiais e fazem passeios com os turistas.

  

Por isso se faz necessário não esquecer a história para poder conhecer melhor  os males impostos pelo socialismo.

ENQUANTO ISSO:

Ao mesmo tempo, do outro lado do MURO, na chamada "Alemanha Capitalista" a indústria se desenvolvia a passos largos. A Mercedes invadia e conquistava o mundo com seus carros encantadores.

A BMW, seguia os mesmos caminhos. Carros equipados com "Air Bag", controle de tração etc.

Sem falar na Porsche, que até hoje obriga a todos girar o pescoço quando uma de suas unidades desfila pelas ruas. Não poderíamos deixar de mencionar a Volkswagen que nutria esse planeta com sua diversificada linha de produção.

Pobres alemães, Hitler jogou o país no abismo sob a " BOTA NAZISTA", e logo após a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha foi  dividida em duas, ficando o lado oriental sob a "BOTA DOS COMUNISTAS" até o esfacelamento da União Soviética e o fracasso do Comunismo. 

Mesmo nos dias atuais, depois da reunificação, se viajando pelo "Leste", na ex Alemanha Oriental (RDA) se percebe nitidamente os reflexos do atraso que sofreram. Esse é o legado do Socialismo. Em viagem recente ao Leste Europeu, esse velho escriba constatou tudo isso.

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